CONTENTAR-SE
“O APEGO ÀS COISAS
MATERIAIS É UM SINAL NOTÓRIO DE INFERIORIDADE, PORQUE QUANTO MAIS O
HOMEM SE PRENDE AOS BENS DO MUNDO, MENOS COMPREENDE SUA DESTINAÇÃO”
DESAPEGUEM-SE! LEIAM E REFLITAM!
[Walter de Carvalho
contextualizando do Livro dos Espíritos e Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 29, do livro Caminho, Verdade e Vida,
pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. Feb. Em 18.04.2012].
Em sua
Epístola aos filipenses, Paulo de Tarso afirmou já ter aprendido a
se contentar com o que tinha. Trata-se de uma reflexão interessante
e muito atual. A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas
da Terra. Homens e mulheres perdem a paz e, muitas vezes, a
dignidade, na busca de riquezas. Multiplicam suas atividades, para
muito além do necessário, a fim de possuir muitas coisas. Com tal
proceder, deixam de prestar atenção em questões graves da
existência humana.
Para ter
mais e mais, abdicam do convívio com amigos e familiares e se deixam
tomar pelo egoísmo. A vida simples constitui uma condição da
felicidade relativa que o planeta pode oferecer.
Contudo,
ela foi esquecida por grande parte dos homens. A Espiritualidade
informa que a esmagadora maioria das súplicas que partem da Terra
não se alça a planos superiores. Elas não conseguem avançar além
de seu acanhado âmbito de origem. Isso porque os pleitos dirigidos à
Divindade costumam conter estranhos absurdos. Raras pessoas se
contentam com o material recebido para a solução de suas
necessidades. Raríssimas pedem apenas o pão de cada dia, como
símbolo das aquisições materiais indispensáveis. O homem
incoerente não procura saber se possui o menos para a vida terrena.
Ele costuma andar ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.
Geralmente,
permanece absorvido pelos interesses perecíveis. Insaciado,
inquieto, vive sob o tormento angustioso de desmedida ambição. Na
corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe
pertence. Desvaloriza e considera pouco o que a Sabedoria Divina lhe
depositou nas mãos. Olvida que renasceu para se pacificar e tornar
virtuoso, e não para amontoar coisas que deixará ao morrer. Com
isso, atira-se em aventuras de consequências imprevisíveis, em face
de seu futuro infinito. Quem já entende a finalidade superior da
existência terrena, precisa se esforçar para sair desse círculo
vicioso. De nada adianta gastar todas as energias em questões
transitórias, com esquecimento do objetivo essencial da vida humana.
Cedo ou tarde, a morte de forma simples e clara revela a cada um o
que é de fato importante. Para não se arrepender amargamente,
importa analisar a essência dos próprios desejos. Faz sentido arder
de cobiça pelo que ficará em suas mãos por reduzidos instantes?
Não é melhor libertar-se de tanto apego e prestar atenção em
questões mais importantes, como a família, os amigos e as dores que
pode amenizar?
Há
muitos séculos, Paulo de Tarso iluminou-se ao aprender a
contentar-se com o que tinha. Ninguém fará essa lição por você.
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