ENTENDIMENTO
COLOQUEMOS-NOS
NA POSIÇÃO DO PRÓXIMO ANTES DE JULGÁ-LO. TODOS NÓS CARREGAMOS
NOSSAS TRISTEZAS E AGONIAS ÍNTIMAS E EM RAZÃO DELAS, MUITAS VEZES
RESULTA, DE NOSSA PARTE, COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS E SEM EQUILIBRIO,
CAUSANDO AINDA MAIS DANOS AO OUTRO. REFLITAM![
Walter de Carvalho]
***Quando
encontrarmos os portadores da aflição, convém ter piedade. Se
possível, devemos auxiliá-los na conquista da paz íntima. O touro
retém os chifres por não haver atingido, ainda, o dom das asas. As
pessoas não são complicadas e tristes porque querem. Elas apenas
não conseguem ser diferentes, em seu atual momento. Sem refletir,
reclamamos da incompreensão alheia. Mas não investimos tempo para
prestar atenção nas tragédias que permeiam a vida do próximo.
Antes de qualquer julgamento, impõe-se um esforço para entender o
semelhante. PENSEMOS NISSO!***
Nos
tempos antigos, havia um grande explicador dos textos evangélicos.
Tratava-se de um sábio sempre disposto ao serviço da compreensão e
da bondade. Talvez por isso, tenha organizado uma escola em que
ensinava com indiscutível sabedoria. Certa feita, prestou especial
atenção em um aprendiz que se lamuriava de maus tratos recebidos na
via pública. Convidou o jovem para saírem pelas ruas de Jerusalém,
implorando esmola para determinados serviços do templo.
A maioria
dos transeuntes dava ou negava, com indiferença. Contudo, em uma
esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes a rogativa com
aspereza e zombaria. O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o
seguiram, cuidadosos. Não andaram muito tempo e o viram cair ao
solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral. Em breve,
verificaram que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram
adiante, quando foram defrontados por outro cavalheiro, que sequer se
dignou a lhes responder à súplica. Ele se limitou a lançar, na
direção dos pedintes, um olhar rancoroso e duro. Orientador e
tutelado lhe acompanharam os passos. Quando o homem alcançou a
própria casa, nela havia um compacto grupo de pessoas chorosas. Ele,
aparentemente insensível, prorrompeu em prantos, pois tinha no lar
uma filha morta.
Mestre e
discípulo prosseguiram esmolando na via pública. Logo receberam
fortes palavrões de um rapaz a quem tinham se dirigido. Retraíram-se
ante tanta agressividade. Mas logo se conscientizaram de que era um
pobre louco.
Em
seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia
pedradas e prisão. Decorridas algumas horas, souberam que o
infortunado era um negociante falido. De senhor, ele se convertera em
escravo, o que lhe amargurara a existência.
Então, o
respeitável instrutor passou a comentar com seu aluno a lição do
dia. Falou-lhe da necessidade do entendimento por sagrado imperativo
da vida. Salientou a importância de não se queixar daqueles que
exibem expressões de revolta ou desespero porque, na maioria dos
casos, quem demonstra mau humor permanece em estrada mais escura e
espinhosa do que a nossa.
* * *
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. 35 do livro Jesus no Lar, pelo
Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.
Feb. Em 3.8.2012.
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