PRIVAÇÕES
* * * A
privação atual constitui um tratamento espiritual, um processo
educativo e não uma injustiça. PENSE NISSO!* * *
O homem
deve esforçar-se por viver bem, preservar-se da dor e ser feliz.
Constitui um imperativo da lei de conservação que ele busque se
furtar a experiências dolorosas. Entretanto, nem todos os sonhos e
desejos humanos se realizam. No contexto de uma única existência,
sempre há certas dificuldades incontornáveis. Algumas pessoas
possuem marcante fragilidade física. Desde a infância, ou a partir
de dado momento, vivem a braços com dores e enfermidades. Já outras
não conseguem sucesso profissional ou tranquilidade financeira. Há
também as que não se realizam afetivamente. Também são comuns os
casos de importantes inibições. Há quem não consiga falar em
público, tomado de profunda timidez. Ou então apresenta bloqueios e
dificuldades sexuais.
Por
certo, tudo isso constitui desafios. Sendo possível, a superação
deve ocorrer. Mas tal nem sempre acontece e a situação
desconfortável acompanha a criatura por longo tempo, talvez por toda
a sua vida. Nesse contexto, é importante não se amargurar e nem se
revoltar com a Providência Divina.
Há muito
tempo, Jesus formulou interessantes reflexões a respeito de
determinadas privações na vida humana. Ele asseverou que se a mão,
o pé ou o olho de alguém é motivo de escândalo, mais vale
extirpá-lo do que se perder. É importante transcender a imagem
literal para alcançar os possíveis sentidos dessa contundente
afirmação. A ênfase parece residir na priorização dos objetivos
eternos, mesmo que à custa de alguns sacrifícios passageiros. Ora,
o Espírito anima incontáveis corpos físicos em sua jornada pela
eternidade. É um viajor do infinito, na busca da perfeição. Mas,
por vezes, utiliza mal alguns recursos que lhe vêm às mãos. Chega
a se viciar em determinados equívocos.
Por
exemplo, ao contato com a riqueza torna-se arrogante e egoísta.
Acha-se superior aos pobres e não lhes estende as mãos. Ou então
gasta sua saúde em loucuras. Afeiçoa-se ao hábito de noitadas,
come e bebe demais. Ao vivenciar a prova da beleza física, seduz e
infelicita os semelhantes. Ocorre que, ao retornar ao mundo
espiritual, vê-se miseravelmente infeliz. Compreende que utilizou
muito mal os talentos e os meios que recebeu.
Então, a
fim de aprender a valorizá-los, programa uma nova existência na
qual será privado do que malbaratou no passado. Assim, o que hoje
falta, possivelmente, já foi mal utilizado no pretérito. A privação
atual constitui um tratamento espiritual, um processo educativo e não
uma injustiça. Pense nisso.
Walter de
Carvalho contextualizando de Redação do Momento Espírita. Em
27.04.2012.
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