DIÁLOGO
SOBRE O AMOR
Para esclarecimentos aos amigos, o Espírito EROS foi uma benfeitora
espiritual que adotou este pseudônimo, que é uma palavra grega que
significa AMOR, para manter-se no anonimato. Teve uma encarnação
conhecida no Rio de Janeiro, no século XX. Se apresenta em algumas
reuniões mediúnicas e o próprio Divaldo Franco psicografou várias
de suas comunicações. Transcrevo aqui uma de suas psicografias por
ter sido indagado sobre o mesmo assunto, ou seja, que eu falasse
sobre o AMOR e o que entendia por amor. Minha resposta é a mesma do
Mestre oriental nesta história extraordinária que peço leiam com
muita atenção e a compreendam como minha própria resposta sobre o
que considero como sendo amor. Recebi do Divaldo em uma de suas
palestras no Rio Centro no Rio de Janeiro o livro EM ALGUM LUGAR NO
FUTURO do qual extraio este magnífico diálogo que ora transcrevo,
em resposta a pergunta a mim formulada. Walter de Carvalho. VALE A
PENA LER COM ATENÇÃO!
“A jovem discípula acercou-se do Mestre e, ruborizando-se,
pediu-lhe que falasse do amor.
Emocionado-se, a aprendiz explicou:
- Compreendo o amor como sendo a ânsia que experimentam as praias,
que guardam os beijos sucessivos das ondas contínuas do mar;
- como a sofreguidão que tem a raiz de introduzir-se no solo, a fim
de sustentar a planta;
- como a expectativa da rocha que anela pela carícia do vento,
embora se desgaste com isso;
- como o desejo infrene da terra crestada, pela generosidade da
chuva;
- como a flauta aguarda pelo sopro que lhe arranca das entranhas a
doce melodia;
- como o barro esquecido pede ao oleiro que lhe dê forma e beleza;
- como a semente que necessita despedaçar-se, para libertar a vida;
- como a lâmpada apagada que exige a energia para brilhar.
O amor é o sangue novo para o coração e o vinho bom para aquecer a
criatura, quando o frio lhe enregela a vida.
Assim vejo e sinto o amor.
E vós, como vedes o amor?”
Responde-lhe o Mestre [assim como eu ora faço]:
- O amor é o doce e compreensivo companheiro da criatura em todos os
dias da sua vida.
- Se esta é jovem, ei-lo que se apresenta, ardente e apaixonado,
como no teu caso, mas que segue adiante.
- O amor é calmo e ameno.
- Não incendeia paixões; dulcifica-as.
- Confundido com o desejo, permanece, quando este passa.
- Nunca se irrita; porque espera.
- Considerado como instinto, persiste, quando descoberto pela razão.
- Jamais se perturba; pois que felicita e produz harmonia.
- O amor é claridade que permanece; é pão que nutre; é vida que
se irradia da Vida.
- “Mesmo quando não identificado, encontra-se presente, porque,
sem ele, a vida não existe ou perderia o seu sentido de ser.”
A jovem ardente empalideceu e, submissa à voz do amor, pediu ao
Mestre:
“ - Ensinai-me a amar, eu que agora corro em busca do amor, sem
dar-me conta de que, em mim, ele se deve irradiar, abrangente, em
todas as direções.”
Responde-lhe o Mestre:
“ - Não te apresses no amor, e descobrirás que já começastes a
amar, quando sentires necessidade de doar e doar-te sem desejares
receber nada em retribuição.”
Fonte: Eros, espírito, por Divaldo Franco, EM ALGUM LUGAR NO FUTURO,
4ª edição, Copyright 1988 pelo Centro Espírita Caminho da
Redenção, Salvador – Bahia. Livraria Espírita Alvorada Editora.
Comentários