CEGO DE JERICÓ

CEGO DE JERICÓ - REFLEXÃO DO DIA
[Somos pedintes em nossas preces à Jesus, ao nosso Deus, usando verdadeiras cantilenas, por vezes repetitivas, verdadeiros "terços" para obtermos vantagens. Pedimos de um tudo. Sempre sem sensatez, esperando "facilidades", tais como passar em exames, comprar bens, arranjar emprego, curar nossas doenças, arrumar relacionamentos, DENTRE ALGUNS PEDIDOS, em verdadeiras preguiças e covardias interiores. É um convite, sem dúvidas, a usarmos nossa ligação com o Mais Alto, com leviandade, como se a espiritualidade,sob o comando de Jesus, tivessem que nos atender. E ao não sermos atendidos , nos tornamos tristes e MELANCÓLICOS. Porém não agimos para conseguir nossos intentos, não temos FÉ, MERECIMENTO E VONTADE como o cego de Jericó, cuja história nos brindou o Evangelista Lucas.Não devemos pedir riquezas ou influências, quando não fazemos nada para conseguir. Melhor pedir o DOM de trabalhar e nos esforçarmos para atingir nossos sonhos. Pensemos nisso com carinho e promovamos nossa REFORMA INTERIOR, agradecendo a Deus o que temos.Walter de Carvalho]
O Evangelho de Lucas contém a passagem do cego de Jericó. Segundo ele, perto de Jericó, havia um cego assentado junto do caminho, mendigando. Ao ouvir passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Responderam-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. Imediatamente o cego clamou, dizendo: Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.
Os que passavam o repreendiam para que se calasse. Mas ele clamava ainda mais alto pela misericórdia do Cristo. Então, Jesus parou e mandou que lhe trouxessem o pedinte. Quando esse foi posto ao Seu lado, indagou o que queria que lhe fizesse. O cego respondeu: Senhor, que eu veja. Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. O mendigo, imediatamente, passou a ver e a seguir Jesus, glorificando a Deus.
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Essa narrativa enseja interessantes reflexões. Retrata qual deve ser o propósito dos seres em evolução, perante as bênçãos celestes.
Um miserável se encontrou com o representante da Misericórdia Divina na Terra. Nessa oportunidade tão magnífica, ele pediu para ver.
O objetivo desse cego honesto e humilde deveria ser o de todos os homens. Mergulhados na carne ou fora dela, com frequência, se assemelham ao pedinte de Jericó. O trabalho da vida os chama, apela por eles com veemência. A luz do conhecimento os abençoa. O afeto da família os sustenta. As oportunidades se apresentam, instigantes e preciosas. Mas eles permanecem indecisos, à beira do caminho.
Quedam inertes, sem coragem de marchar para a realização elevada que lhes compete atingir. É como se esperassem facilidades imensas. Como se o trabalho do bem devesse ser feito por privilegiados. Nesse contexto de preguiça e covardia, por vezes, surge uma revelação espiritual. De algum modo, dá-se a aproximação com a esfera psíquica do Cristo. Então, o mundo se volta contra eles.
Esse movimento repressor pode se dar das mais variadas formas. Pode ser na figura de convites a viver com leviandade. Ou mediante o discurso desanimador quanto à vitória do bem. De um modo ou de outro, eles são induzidos à indiferença para com o bem maior. Então, muito raramente sabem pedir com sensatez. Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho referido pelo evangelista Lucas. Não é preciso e nem conveniente comparecer diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Não é sensato pedir por facilidades, influências ou riquezas as mais diversas. Basta que se lhe peça o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor conceda o dom de enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça. Com esse dom, cada qual possuirá o necessário à própria alegria imortal. Pense nisso.
FONTE: Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 31.08.2012.

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