VISÃO ESPÍRITA DO DIVÓRCIO - Síntese por Walter de Carvalho.

                   VISÃO ESPÍRITA DO DIVÓRCIO - Síntese por Walter de Carvalho.
A posição espírita ante o divórcio está plenamente estabelecida nas duas obras mais conhecidas da codificação espírita: [O Livro dos Espíritos] e [O Evangelho Segundo o Espiritismo].
Em [LE-qst 697] Kardec pergunta se a indissolubilidade do casamento pertence a Lei de Deus ou se é apenas uma lei humana. Os Espíritos responderam:
“A indissolubilidade do casamento é uma lei humana muito contrária a lei natural.”
Quando Kardec [LE-qst 940] examina as uniões infelizes, os Benfeitores voltam a insistir e dizem:
“As vossas leis nesse particular são erradas, pois acreditais que Deus vos obriga a viver com aqueles que vos desagradam.”
Em [ESE-cap XXII] Kardec comenta:
“O divórcio é uma lei humana cuja finalidade é separar legalmente o que já está separado de fato. Não é contrária a Lei Natural, pois só virá reformar o que os homens já fizeram.”
A posição de Kardec deixa-nos serenos para afirmar que o Espiritismo não é contrário à instituição do divórcio, embora não venha a estimulá-lo, nem tampouco incitá-lo nos casais com problemas de relacionamento .
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A este respeito, apresentamos algumas opiniões importantes:
Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier:
"Quanto ao divórcio, somos de parecer que não deva ser facilitado ou estimulado entre os homens, porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não, sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum.
Mal saídos do regime poligâmico, os homens e as mulheres sofrem-lhe ainda as sugestões animalizantes e, por isso mesmo, nas primeiras dificuldades da tarefa a que foram chamados, costumam desertar-se dos postos de serviço em que a vida os situa, alegando imaginárias incompatibilidades e supostos embaraços, quase sempre atribuíveis ao desregrado narcisismo de que são portadores."
Após a Tempestade - Joanna de Angelis - Divaldo Franco:
"Imprescindível que, antes da atitude definitiva para o divórcio, tudo se envide em prol da reconciliação, ainda mais considerando quanto os filhos, que merecem que os pais se imponham em uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a felicidade deles. Na dissolução dos vínculos matrimoniais, o que padeça a prole, será considerado responsabilidade dos genitores, que se somassem esforço poderiam ter contribuído com proficiência, através da renúncia pessoal, para a vida dos filhos."
Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier:
"Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas.
A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã, a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes. No entanto, essa mesma jovem foi, no passado, vítima de nós mesmos, quando lhe infringimos os golpes de nossa própria deslealdade, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições. Esse mesmo rapaz, porém, foi no pretérito a vítima dele próprio, quando desregrado ou caprichoso, lhes desfigurou, o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar.

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